
Com
as obras totalmente paralisadas, restam as placas e instalações na área
que O POVO visitou na última sexta-feira, constatando um clima de
abandono, desânimo e reclamações na região / TARSO ARAÚJO/ESPECIAL PARA O
POVO
Segundo o prefeito Isaac Júnior (PT) com a paralisação das obras surgiram dois problemas. O primeiro que a obra terá que ser recuperada, ou seja, os trechos feitos até agora vão se deteriorar e terão que ser gastos mais recursos.
O outro problema diz respeito à questão social criada com a saída da empresa. ”Imagine 1.200 pessoas demitidas numa cidade como a nossa, cria um custo social alto, um problema social, que infelizmente não teremos como resolver com facilidade”, afirma.
O prefeito alerta que o município não tem como resolver essa questão. “É como se tirasse o programa Bolsa Família de Mauriti”, afirma. Para o professor Cartaxo Melo, o desemprego afeta demais a cidade. Ele lembra que são 1.200 empregos diretos, mas se somar os empregos indiretos pode chegar a 3.000 pessoas. “Acredito inclusive que essa paralisação das obras cria outro problema além do desemprego em Mauriti, que é a crise no setor da construção civil”, afirma.
Segundo o professor, coma chegada da Delta na cidade e os empregos criou-se uma expectativa de crescimento, daí muita gente começou a construir casas e deu-se um boom nas empresas que comercializam material de construção.
Não há dados oficiais, alerta o professor mas se estima uma queda de até 50% nas vendas. Além disso, os preços dos aluguéis que tinham disparado começam a cair.
Pessimismo
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, admitiu semana passada ao jornal O Estado de S. Paulo que o governo pretende romper o contrato de obras de um dos lotes da transposição do Rio São Francisco, em Mauriti (CE), pelo qual a Delta ainda tinha mais de R$ 100 milhões de obras a executar.
Segundo adiantou o ministro, o que falta ser construído passará por nova licitação, provavelmente em setembro. “Eles pararam a obra sem ter causa justificável para parar, estamos caminhando mesmo para rescindir o contrato”, disse o ministro, descartando a hipótese decontinuar a obra com as demais empreiteiras que integram o Consórcio Nordestino – EIT e Getel.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Mauriti, a 491 km de Fortaleza, enfrenta os efeitos do escândalo que paralisou a Delta. O problema, para o município, é que a obra da transposição respondia por uma boa parte do bom momento econômico local.
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