sábado, 29 de outubro de 2011

AUDIÊNCIA - Ministro irá debater os perímetros irrigados


Deputado afirma que famílias do Estado estão sofrendo dificuldades, há anos, e não conseguem plantar porque falta água

O deputado estadual Neto Nunes (PMDB) disse, na última quinta-feira, durante pronunciamento na Assembleia Legislativa, que nas próximas duas semanas terá uma audiência com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. A pauta principal do encontro, conforme revelou o peemedebista, é a crise vivida pelos perímetros irrigados pela falta de investimentos públicos. Alguns deles ainda não foram concluídos e outros aguardam providência governamental para realmente atenderem às determinações do projeto original anunciado.

O parlamentar citou o exemplo do perímetro localizado em Icó-Lima Campos, onde cada irrigante possui uma área de cinco hectares e uma casa. Conforme o deputado, o perímetro foi instalado há 37 anos e até hoje não foi concluído, funcionando através de estações de bombeamento provisórias com custos elevados para os produtores.

Neto Nunes assegura que as bombas nunca foram substituídas, o que acarreta outro problema: o encarecimento da operação para os trabalhadores, inviabilizando a produção devido os custos elevados sobretudo com os gastos de energia, elevando muito o custo da produção de cada um dos irrigantes.

Gasto

O deputado aponta que o Governo tem gasto até R$ 50 milhões para implantar um perímetro irrigado, mas apesar do valor investido não conclui as obras. "O Governo está querendo vender lotes aos trabalhadores. Há dinheiro para doar terra, construir casas, mas não é possível entregar lotes de irrigação. Isso precisa mudar", criticou.

Conforme detalhou o parlamentar, há irrigantes que não têm condições nem de produzir. Neto Nunes aponta que alguns estão sem plantar há 10 anos porque não tem água no lote. Além disso, com uma área de 5 hectares não tem como criar animais, por isso eles vivem apenas da agricultura. "Não tem sequer condições de colocar alimentos na mesa", lamentou.

Outro problema enfrentado pelos irrigantes, aponta, é o endividamento. Neto Nunes explica que apesar dos juros bancários terem sido reduzidos, muitos estão endividados, sem acesso ao crédito e, consequentemente, sem condições de realizar investimentos na produção agrícola. O deputado sugere que o Ministério da Integração conclua as obras e depois conceda a posse aos atuais irrigantes.

Renovação

Ele reclamou da falta de iniciativa por parte do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). No seu entendimento, apesar de ser um órgão importante, ao longo de vários governos tem ficado ao relento, sem renovação de profissionais e sem aporte de recursos. O resultado disso, atestou, é a situação de abandono em que se encontram as áreas irrigadas.

"Eles (perímetros) geram emprego e renda para os municípios do Interior, ampliando os postos de trabalho a partir da utilização da matéria prima gerada pela terra como frutas, legumes, leite e cereais. Por isso, precisamos de uma ação efetiva do Governo", defendeu.

O vice-líder do governo na Casa, deputado Sérgio Aguiar (PSB), ressaltou a necessidade de incrementar a produção, entendendo que os colonos precisam receber a propriedade privada, que é garantida pela Constituição. Já o deputado Leonardo Pinheiro (PSD) disse que essas são limitações históricas e a irrigação deveria ser a redenção dos agricultores.

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