Um levantamento divulgado na edição deste domingo (30) do jornal O Globo revela que o Ceará está entre os estados brasileiros com atuação de grupos paramilitares armados e chefiados por agentes públicos da área de segurança.
Os dados foram obtidos nas últimas duas semanas, com base em dados fornecidos por Ministérios Públicos e Ouvidorias de Policia. Os milicianos atuam em territórios urbanos e rurais, onde impõem lei própria e serviços econômicos, além de se envolverem em assassinatos, revela o jornal.
Além do Ceará, as milícias estão organizadas na Paraíba, no Espírito Santo, em Mato Grosso do Sul, no Pará, em Pernambuco, em Alagoas, no Piauí, em Minas Gerais e em São Paulo, além da Bahia e do Rio.
Os grupos agem com características diferentes em cada estado. O discurso para controlar as comunidades é parecido: eles extorquem dinheiro de moradores e comerciantes para oferecer segurança privada ilegal. Em troca da proteção, os milicianos prometem expulsar ou matar traficantes.
O Ministério Público afirma que muitas vítimas não querem denunciar o problema, pois são imigrantes chineses ou coreanos ilegais. Os promotores ainda estão colhendo provas sobre o caso e ninguém foi preso, por enquanto.
De acordo com a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon conta que as milícias estão por trás da maioria dos casos de violência contra magistrados brasileiros. Por isso, ela iniciou uma força-tarefa nos 27 estados para identificar e punir as ações de grupos paramilitares.
- A punição é a forma ideal de começar a erradicar isso. As milícias se fortalecem com a impunidade - lembra a ministra.
Eliana Calmon iniciou um mapeamento para tentar acelerar o andamento de processos envolvendo policiais militares e civis. Segundo ela, boa parte dos crimes envolvendo milicianos está parada na Justiça.
- A minha maior preocupação é com o Poder Judiciário. Temos reclamações de processos envolvendo policiais que estão parados com o objetivo de serem prescritos - afirma a ministra.
Ministro admite problema
Eliana Calmon alerta para casos ocorridos na Bahia, em Goiás e no Ceará. Neste último estado, pelo menos 30 policiais são réus acusados de venderem segurança privada ilegal:
- Queremos acabar com esse derramamento de sangue. Uma das milícias do Ceará é comandada por um major da polícia.
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