quarta-feira, 17 de abril de 2013

Fiscais dizem ter sofrido violência de PM e deputado estadual

O deputado estadual Carlomano Marques (PMDB) e um major da Polícia Militar teriam agredido e intimidado fiscais municipais e PMs que apuravam denúncia de poluição sonora em festa. Deputado nega uso de violência

MAURI MELO
Entre os autos lavrados pelos fiscais da Prefeitura, estavam poluição sonora e ausência de licenciamento ambiental

Era para ser apenas a checagem de uma denúncia de combate à poluição sonora como as realizadas cotidianamente pelos fiscais da Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), mas virou caso de violência. Dois fiscais da secretaria dizem que o deputado estadual Carlomano Marques (PMDB) e um major da Polícia Militar os agrediram física e verbalmente durante operação no clube Náutico Atlético Cearense (NAC), na última sexta-feira, 12.

De acordo com relato da presidente da Associação dos Fiscais do Município de Fortaleza (Afim), Ana Lúcia Viana, estava ocorrendo uma festa no clube, e vizinhos denunciaram que o som estava muito alto. Os fiscais foram ao local, com apoio de dois guardas municipais e dois policiais do Ronda do Quarteirão, e identificaram a irregularidade.

“Eles lavraram os autos de poluição sonora, ausência de licenciamento ambiental e falta de autorização da Prefeitura para uso do som. Nesse ínterim, a equipe foi agredida verbalmente pelo deputado. O fiscal informou que ele deu um empurrão. E apareceu, não sei se estava na festa, um major da PM que também xingou e desautorizou os policiais que davam proteção a continuarem a operação”, relata Ana Lúcia.

Por causa da ocorrência, a associação entregou relatório do caso ao presidente da Assembleia, deputado José Albuquerque (PSB). Além disso, foi enviado ofício ao prefeito Roberto Cláudio. A situação foi relatada pela Seuma à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, ao Comando Geral da PM e à Secretaria da Controladoria, Ouvidoria e Transparência do Município, informa a titular da secretaria, Águeda Muniz. Segundo ela, o fiscal que teria sido empurrado pelo deputado estava dentro das suas atribuições.

Deputado nega

Com um “Nossa Senhora me defenda!”, o deputado Carlomano Marques negou ter agredido os fiscais. “Essa é a coisa mais absurda dos absurdos, dos absurdos, dos absurdos”, garantiu. Ele disse ter estado na festa e, com a chegada da fiscalização, impedido a apreensão. “Se fosse pra autuar não tinha problema. Mas levar a mesa de som eu nem deixei nem deixo.”

Para o deputado, os fiscais não tinham “direito de chegar em um clube como o Náutico, onde a sociedade está reunida na paz, e acabar com a festa. Se eu tiver, não acaba não”.

O relações públicas da PM, tenente-coronel Fernando Albano, diz que a corporação só se pronunciará e tomará as medidas necessárias quando oficialmente comunicada pela Seuma. Já o presidente do NAC, Pedro Jorge Medeiros, afirma que toda a documentação do clube com a Seuma está regular.

ENTENDA A NOTÍCIA

Os fiscais querem mais segurança para as operações - especialmente as de combate à poluição sonora. Todas as ações precisam ter apoio da Polícia Militar mas, neste caso, isso não impediu que a fiscalização não fosse efetiva.

Saiba mais

Esta não é a primeira confusão envolvendo o nome de Carlomano Marques.

Em janeiro de 2009, Carlomano promoveu quebradeira em um motel perto da Assembleia. A Polícia precisou ser acionada para convencer o deputado a deixar o estabelecimento.

Em 3 de janeiro deste ano, durante visita a posto de saúde no bairro Vicente Pinzón, o deputado teria batido boca com o vereador de Fortaleza John Monteiro (PTdoB).

No dia 5 de abril, durante visita ao Riacho Maceió, o deputado teria agredido verbalmente o vereador de Fortaleza João Alfredo (Psol).

Já no dia 11, o deputado estadual protagonizou briga com outros parlamentares em uma churrascaria da Capital.
O POVO

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