quinta-feira, 11 de abril de 2013

Pentágono acredita que Coreia do Norte está perto de ter míssil nuclear


A avaliação da Agência de Inteligência de Defesa adverte, no entanto, que a ‘confiabilidade da arma é baixa’
Obama disse que EUA trabalham diplomaticamente, mas advertiu que Washington iria tomar ‘medidas necessárias’ para proteger o país




Oficiais norte-coreanos perto da cidade de Sinuiju, na fronteira com a China
Foto: AP
Oficiais norte-coreanos perto da cidade de Sinuiju, na fronteira com a China AP
WASHINGTON — Uma nova avaliação da capacidade nuclear da Coreia do Norte, conduzida pelo braço de inteligência do Pentágono concluiu, pela primeira vez - com “alguma certeza” - que o país aprendeu a fazer uma ogiva nuclear com tamanho suficiente para ser lançada por um míssil. 

A avaliação da Agência de Inteligência de Defesa, que foi distribuída aos altos funcionários do governo e membros do Congresso, adverte, no entanto, que a “confiabilidade da arma é baixa”, aparentemente uma referência à dificuldade do Norte em desenvolver mísseis precisos - ou, talvez, aos enormes desafios técnicos necessários para lançar uma ogiva capaz de sobreviver aos rigores de voo e detonar em um alvo específico.
Não está claro se outras agências americanas concordam com a avaliação da Agência de Inteligência de Defesa - a principal responsável pelo acompanhamento das capacidades de mísseis de nações adversárias. No caso do Iraque, há uma década, a agência esteve entre as que mais defendeu veementemente que Saddam Hussein tinha armas nucleares.
Nesta quinta-feira, o presidente Barack Obama afirmou que os Estados Unidos trabalham diplomaticamente para reduzir as tensões com a Coreia do Norte, mas advertiu que Washington iria tomar “todas as medidas necessárias” para proteger o país e seus aliados.
- Este é o momento de a Coreia do Norte acabar com este tipo de abordagem agressiva que tem tomado e tentar acalmar os ânimos. Ninguém quer ver um conflito na Península Coreana - disse Obama a jornalistas durante uma reunião na Casa Branca com o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
A existência do relatório foi divulgada nesta quinta-feira pelo deputado republicano Doug Lamborn, três horas antes de uma audiência de orçamento do Comitê de Serviços Armados da Câmara com o secretário de Defesa Chuck Hagel e o general Martin Dempsey. Dempsey alertou que a conclusão do documento pode ser confidencial. O texto do relatório foi obtido pelo jornal “The New York Times”.
Mais cedo, o ministro da Unificação sul-coreano convidou o Norte ao diálogo e lamentou a decisão do governo de suspender a operação do complexo industrial Kaesong.


Globo

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