segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Safra do pequi vai até março no Cariri
Silene Santos/ Miséria / Chagas Lima
Saborear uma gostosa pequisada, prato típico da região do Cariri nesta
época do ano, período em que ocorre a safra do fruto, é coisa que visitante algum pode deixar de fazer.
Nos mercados públicos e feiras livres em municípios o pequi é encontrado com facilidade porque muitos produtores trazem de vários lugares.
É o caso de João dos Santos Silva, residente na Serra do Araripe, que
diariamente traz para Juazeiro do Norte, em torno de 10 mil pequis para vendê-los nos mercados da cidade, principalmente, no Pirajá, onde já tem freguesia garantida.
No alto da serra, onde dezenas de famílias montam uma espécie de acampamento para catá-los, o cento de pequi é comprado por R$ 3,00 e vendido no comércio local por R$ 5,00.
Muitos comerciantes compram o produto para revendê-lo tendo lucro até de 50%. Eles chegam nos mercados por volta das 6 horas da manhã ou até mais cedo e ficam aguardando a chegada das caminhonetas e outros veículos lotados de pequi. ´Por exemplo, no varejo a gente vende 10 pequis por R$ 1,00.
Já no atacado, um saco com 200 custa R$ 10,00´, diz João dos Santos.
Uma coisa que se observa também é que muitas donas-de-casa, vão ao mercado todos os dias comprar o pequi para colocá-lo no feijão. ´Eu sou do Cariri e quem é desta região sempre gosta de pequi. E venho todo dia comprar. Hoje, por exemplo, vou fazer um baião de dois com queijo, que é muito gostoso´, afirma a senhora Maria da Silva Bernardo moradora do bairro Franciscanos.
Segundo ela, o pequi é tão saboroso que se faltar carne na mesa, não tem problema porque o fruto serve para temperar a refeição. ´Tanto faz, porque o pequi substitui a carne por ser muito gostoso´, completa a dona-de-casa.
A agricultora Francisca Gonçalves Arruda, mora no Sítio Cruzeiro, na Serra, próximo ao Distrito de Santa Fé, no município do Crato. Todos os dias ela traz cerca de 12 mil pequis para comercialização em Juazeiro.
Ela diz que adquire o cento do produto ao preço de R$ 2,00 e vende em Juazeiro por R$ 3,00 ou R$ 4,00, dependendo do horário. ´Tem dia que a venda é muito boa, não sobra nenhum pequi. Mas dia, como hoje (sexta-feira), que a venda é fraca, porque praticamente não aparece quem queira comprar´, lamenta.
Entretanto, ela se diz satisfeita com a atividade porque de qualquer forma lhe rende um bom lucro, mesmo tirando todas as despesas, incluindo sacos para acondicionar o fruto e o frete do carro. O atacado é na verdade, conforme explica, o ponto alto das vendas, por se tratar de uma forma para acabar logo com o estoque. ´Uns compram de 300, 400, 500. Tem deles que compram logo de dois mil pequis. Aí a gente acaba logo´, afirma.
Um detalhe, o freguês não pode escolher pode escolher o pequi. ´O negócio é pegar e levar. A gente elimina só os frutos apodrecidos´, frisa Francisca Gonçalves. O agricultor Francisco de Assis Ferreira, residente também no Sítio Cruzeiro, informou que em cima da Serra, cerca de 10 famílias estão se dedicando à cata do pequi, cuja safra iniciada em dezembro vai até o mês de março vindouro.
´Os catadores têm que esperar pequi cair do pé (árvore), caso contrário, não presta para o consumo´, acrescenta.
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