Policial do Ronda é acusado de matar jovem em pré-carnaval no Ellery

Atira no que vê e mata o que não vê

A jovem Ingridy Maiara Oliveira de Lima, 18 anos, foi morta por dois disparos durante uma abordagem de policiais do Ronda do Quarteirão, na madrugada de domingo, 27, no Pré-Carnaval do bairro Ellery, na praça da matriz. Ingridy estava no local trabalhando com a avó vendendo comidas em uma barraca. A jovem era casada com Fabiano da Silva Araújo, 22, e tinha uma filha de um ano e dez meses. De acordo com uma testemunha, que não quis se identificar, policiais pediram para um homem baixar o volume de um paredão de som que estava na rua. O pedido foi negado pelo dono do carro. Com a recusa, ainda segundo a testemunha, iniciou uma briga entre os PMs e a algumas pessoas. “Foi então que o policial começou a disparar vários tiros. Eles podiam fazer o trabalho deles direito, atirando para cima. Mas não, atiraram para o meio do povo mesmo”, afirma. Dois dos tiros acertaram Ingridy na nuca e nas costas. Ainda não há confirmações se os tiros que atingiram a jovem foram disparados pelos policiais do Ronda do Quarteirão. Quatro pessoas também ficaram feridas. Um adolescente de 16 anos identificado apenas como Ígor Andrade, que levou um tiro no olho. Os quatro foram levados ao hospital Instituto Dr. José Frota (IJF), no Centro. A equipe de plantão no IJF não soube identificar os feridos para relatar o estado de saúde. O POVO tentou contato com o comandante da PM, coronel Werisleik Matias, mas as chamadas não foram atendidas. A reportagem tentou contato ainda com a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança, mas os números também não foram atendidos.
 
No velório de Ingrid Maiara Oliveira Lima, de 18 anos, morta durante confusão ocorrida numa festa de pré-carnaval no bairro Ellery, em Fortaleza, na noite de sábado (26), familiares e amigos da jovem, voltaram a acusar um subtenente do Ronda do Quarteirão de ser o responsável pelos disparos. Ingrid Maiara, que morreu na hora com tiros nas costas e nuca.
Segundo testemunhas, que pedem para não serem identificadas, os policiais chegaram ao local após uma ocorrência envolvendo o alto volume de um paredão de som. Como o proprietário do veículo teria se recusado a diminuir o volume do som, um desentendimento teve início. No tumulto, populares teriam jogado pedras na viatura e nesse momento, um subtenente, também não identificado, teria disparado para o alto e depois contra um grupo, atingindo, no entanto, pessoas que não estavam envolvidas na confusão.
Ainda de acordo com testemunhas, mais quatro pessoas teriam sido atingidas. O caso mais grave é o do adolescente Igor Andrade, de 16 anos, que foi encaminhado para o Instituto José Frota (IJF) com um tiro na cabeça.