A Polícia Civil de São Paulo prendeu um homem que matou cinco mulheres ao longo de três anos na capital. O auxiliar de limpeza Eduardo Sebastião do Patrocínio, de 42 anos, confessou os crimes. Ele escolhia o mesmo tipo de vítima, que sempre acabava assassinada por estrangulamento. Segundo o acusado, as mulheres mortas eram prostitutas ou usuárias de drogas que ele abordava na rua e negociava de 10 a 20 reais pelo programa. A polícia diz não ter como confirmar se as mulheres eram mesmo prostitutas e investiga se há mais vítimas.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Itagiba Franco, Patrocínio tentou justificar as mortes com uma suposta disfunção sexual. “Ele contou que não conseguia ter ereção e era tomado por uma intensa raiva, que o levava a matar”, afirmou o delegado. Em um depoimento de cinquenta minutos gravado pela polícia, Patrocínio contou que nas ocasiões em que cometeu os crimes havia consumido crack.
Apesar do problema alegado, Patrocínio tem dois filhos e uma companheira. Segundo o delegado, a companheira de Patrocínio prestou depoimento e informou que nunca havia sofrido violência por parte do acusado. Ele já tinha uma passagem pela polícia por tentativa de furto em 2004. A prisão foi efetuada na quinta-feira, mas a polícia só divulgou o fato nesta terça porque ainda estava investigando as mortes relatadas pelo auxiliar. Patrocínio teve prisão temporária decretada e responderá por homicídio. A pena pode variar de seis a vinte anos de prisão por vítima morta.
Corpo em mala – A polícia chegou até Patrocínio através de uma mala com o corpo esquartejado de Senira Leite de Oliveira, encontrada no dia 12 de janeiro, no Itaim Paulista, Zona Leste da cidade. Ela foi a última vítima de Patrocínio. A mala tinha a identificação de uma das moradoras do condomínio onde o acusado trabalhava. Segundo o delegado, a mulher disse ter jogado a mala no lixo após uma viagem. A polícia investigou os funcionários do condomínio e localizou o auxiliar de limpeza, que admitiu ter cometido o crime.
Os corpos das cinco vítimas que Patrocínio confessou ter matado foram encontrados na região do Itaim Paulista, onde o acusado reside. Segundo a polícia, todos os crimes foram praticados na casa do auxiliar, que a cada morte deixava os corpos mais próximos do local. “Acredito que ele foi perdendo o medo de ser pego”, disse Franco.
O primeiro assassinato aconteceu em dezembro de 2010, e o corpo foi encontrado na Rua Monte Cambrela. Na época, Patrocínio chegou a avisar a polícia. “Ele ligou e disse que tinha matado uma mulher e onde o corpo estava. Era uma forma dele se livrar daquela culpa”, declarou o delegado Itagiba Franco.
A segunda vítima foi encontrada no dia 12 de maio de 2012 no cruzamento da Rua Matias João da Costa com a Rua Curicharas. A terceira mulher foi morta em 7 de julho de 2012. Desta vez, o auxiliar de limpeza enrolou o corpo em um tapete e o deixou na Rua Matias João da Costa. Nesses três casos, as vítimas foram enterradas como indigentes.
Naiara Ribeiro de Sá foi a quarta vítima de Patrocínio. Ela foi morta em 12 de novembro de 2012 e encontrada em uma mala na Rua Rafael Correia da Silva. Para o delegado, Patrocínio é um homem perigoso. "Se ele não fosse preso, não ia parar de matar". Franco acredita ainda que ele tenha cometido outros crimes. "O intervalo entre a primeira e a segunda morte é muito grande em consideração as outras que aconteceram quase em sequência. Embora ele diga que não, vamos investigar ainda se houve crimes entre 2010 e 2012", disse. (Fonte: VEJA)
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