sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Onda de revoltas - ONU diz que Síria vive guerra civil


Genebra. Com a crescente deterioração da crise na Síria, onde o regime do ditador Bashar al Assad vem causando mortes devido à violenta repressão aos protestos que pedem sua renúncia, as Nações Unidas afirmaram ontem que o país se encontra em estado de guerra civil e que mais de 4.000 pessoas já morreram nos confrontos.

A avaliação da alta comissária de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Navi Pillay, chega na mesma semana em que o isolamento diplomático ao regime aumentou de forma significativa. Ela deve apresentar um relatório detalhado hoje ao Conselho de Segurança da entidade, em Nova York.

"Situamos o número (de mortos pela repressão) em 4.000, mas claramente a informação confiável que nos chega é de que é muito mais do que isso", disse Pillay em entrevista coletiva em Genebra.

A comissária deixou claro o nível de gravidade que atribui à crise. "Eu já disse, assim que houve mais e mais desertores ameaçando pegar em armas, eu já disse isso em agosto, perante o Conselho de Segurança, que haveria uma guerra civil. Neste momento é assim que estou caracterizando isto", acrescentou.

EUA, União Europeia e Turquia anunciaram sanções mais rígidas ao governo sírio, e na semana passada a Liga Árabe suspendeu o país de suas reuniões e também anunciou um pacote de sanções que foram adotadas por todos os países que integram o bloco.

Embora tenha libertado presos políticos nas últimas semanas, Assad tem desafiado todas as pressões internacionais para que abandone o poder e continua ordenando ataques à população civil.

Também nesta semana um relatório elaborado por uma comissão internacional revelou que as forças de segurança sírias cometeram crimes contra a humanidade com o conhecimento e consentimento do Estado.

Grupos armados

Pillay lembrou que uma das principais conclusões do relatório é de que "apesar de a maioria dos mortos e feridos tenha sido de civis desarmados, existem grupos que não pertencem às forças armadas e que aparentemente estão armados".

"É preciso aplicar o princípio de que deve haver uma investigação do Tribunal Penal Internacional para evitar a impunidade", disse.

Após ser notificada das novas e mais rígidas sanções aprovadas ontem pela União Europeia (UE), a Síria informou a suspensão de sua adesão à União pelo Mediterrâneo (UPM), com sede em Barcelona.

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