sábado, 26 de novembro de 2011

Após comparecer a delegacia, `xerifa da Rocinha´ tem prisão decretada


A mulher do ex-líder do tráfico na favela da Rocinha, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, foi presa após comparecer na tarde desta sexta-feira (25) à 15ª Delegacia de Polícia, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro.

Danúbia de Souza Rangel, conhecida como “xerifa da Rocinha”, foi encontrada hoje em uma casa em cima de um salão de beleza, na própria comunidade, por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), após denúncias anônimas.

Segundo o delegado Carlos Augusto Nogueira, Danúbia teve prisão de delito flagrante por associação ao tráfico de drogas. Ela se manteve calada durante o depoimento, afirmando que só falaria em juízo. A “xerifa” vai passar a noite na delegacia e será transferida neste sábado para a carceragem da Polinter. O delegado afirmou que já solicitou reforço policial e solicitou ao plantão judiciário a prisão preventiva de Danúbia. Sua irmã Telma de Souza Rangel, que foi encontrada junto com ela, prestou depoimento na condição de testemunha e foi liberada por volta das 22h.

Para justificar a prisão –já que Danúbia não tinha nenhum mandado de prisão expedido quando foi encontrada–, Nogueira argumentou que ela recebia presentes comprados com o dinheiro do tráfico, como um carro e artigos de luxo, ostentados em redes sociais.

“Há indícios veementes de crime e por isso pedimos a convolação [transformação] da prisão em flagrante para prisão preventiva a fim de que ela fique mais tempo presa. O estado `flagrancial´ é permanente, sempre que você pega um suspeito o delito se consuma. Nesse caso, o de auferir vantagens financeiras para o tráfico de drogas”, disse o delegado. “Ela morava em uma casa de luxo que não poderia ser comprada por quem nem trabalha.”

Ele disse ter baseado sua decisão em depoimentos formais e informais de moradores, em reportagens e nas próprias fotos publicadas na internet por Danúbia.

A namorada de Nem já foi citada ou investigada em três inquéritos na 15ª DP pelos crimes de associação ao narcotráfico, tráfico de drogas e uso de armas de fogo. Todos estão em andamento e nada foi provado até hoje.

A prisão em flagrante delito gerou um quarto procedimento, segundo o delegado. A “xerifa” também já foi investigada pela Polinter por lavagem de dinheiro, em 2009. Na época, os bens materiais dela chegaram a ser confiscados pela polícia, porém ela conseguiu recuperá-los na Justiça.

Segundo a polícia, ela deixou a comunidade antes da ocupação pelas forças de segurança, no último dia 13, mas voltou para visitar a filha, que ficara com a avó. A criança não foi encontrada. A “xerifa” não apresentou resistência ao ser encontrada. Ela aceitou o “convite” para depor e foi até a delegacia acompanhada de um advogado –que vai entrar com pedido de habeas corpus para tentar libertá-la.

Por volta das 22h15, um mototaxista da Rocinha chegou à 15ª DP para entregar uma sacola com roupas e objetos pessoais de Danúbia. O material foi vistoriado pelos policiais e posteriormente entregue para a suspeita.

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