O Conselho de Sentença do 2º Tribunal Popular do Júri da Comarca de Fortaleza condenou, ontem, o policial militar Luiz Ary da Silva Barbosa Júnior a 24 anos de reclusão, em regime fechado, por quatro tentativas de homicídio. Os crimes foram cometidos contra dois turistas espanhóis, um italiano e uma brasileira, em setembro de 2007, na Avenida Raul Barbosa, durante uma ação desastrosa da PM, que ficou conhecida como ´Caso Hilux´.
Na noite do dia 26 de setembro de 2007, as vítimas trafegavam no sentido Aeroporto-Aldeota, em uma caminhonete, quando tiveram o veículo ´metralhado´ por policiais militares. Os PMs confundiram a caminhonete dos turistas com o veículo usado por bandidos que haviam roubado um caixa eletrônico momentos antes.
Paraplégico
Sem fazer abordagem, os policiais efetuaram diversos tiros, dos quais 22 atingiram o veículo. Innocenzo Brancati, que dirigia o carro, foi atingido no braço, e Marcelino Ruiz Campelo levou um tiro no ombro esquerdo. A bala se instalou na coluna, deixando-o paraplégico.
O julgamento, presidido pelo juiz Henrique Jorge Holanda Silveira, durou cerca de dez horas. Por maioria de votos, os jurados reconheceram a coautoria do acusado durante perseguição policial equivocada.
O Conselho de Sentença aceitou a tese da acusação representada pela promotora de Justiça Alice Iracema Melo Aragão e pelo assistente Holanda Segundo, reconhecendo a qualificadora de uso de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.
De acordo com o tenente-coronel Fernando Albano, relações públicas da PM, o soldado deverá ser submetido a um Conselho de Disciplina e poderá ser expulso da Corporação. A defesa do militar poderá apelar da decisão do Júri no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). Conforme Albano, o soldado ficará detido no Presídio Militar.
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