quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Em nenhuma hipótese Nem pode ficar no RJ, diz presidente do TJ


O presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), desembargador Manoel Alberto Rebelo dos Santos, disse nesta quarta-feira (16) que o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, não pode ficar no Rio de Janeiro. Ele acredita que a transferência dele e de outros dois traficantes, conhecidos como Peixe e Coelho, ocorra em uma semana.

“O Nem não pode ficar aqui (no RJ) em nenhuma hipótese. Ele não pode ficar aqui exatamente por ser o chefe máximo da facção”, disse o presidente do TJ-RJ.

Nem era apontado como chefe do tráfico de drogas da Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, ocupada pela polícia no domingo (13). Ele foi preso por policiais militares do Batalhão de Choque na quinta-feira (10), na Lagoa, também na Zona Sul. Desde então, ele está no presídio de segurança máxima de Bangu 1, na Zona Oeste.

O desembargador afirmou, ainda, que a transferências dos três presos depende da autorização da Justiça federal: “É preciso que o juiz federal autorize a ida desses elementos para um presídio de segurança máxima e é necessário que haja a vaga e o transporte. Então essas medidas não dependem exclusivamente da justiça estadual”, disse Manoel Alberto Rebelo.

Por volta das 15h30 desta quarta-feira, ele deixou o Fórum do Rio, para onde foi levado para ser citado em um processo em que responde por tráfico e associação para o tráfico. O processo é da 38ª Vara Criminal no Centro. De acordo com o TJ-RJ, outras 13 pessoas também respondem ao mesmo processo iniciado em 2007.

Um comboio de cerca de 20 carros de forças de segurança foi mobilizado para fazer o transporte do traficante de Bangu 1 até o Fórum.

Ainda segundo o TJ-RJ, Nem responde a cerca de 20 processos, e a maioria estava suspensa porque o traficante estava foragido. Com a prisão de Nem, os processos agora foram retomados.

Beltrame

Aproveitando a visita à Favela da Rocinha nesta quarta-feira (16), o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, almoçou junto com a chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, no ônibus-refeitório da base do Batalhões de Operações Especiais (Bope). Durante a visita, três dias após a Operação Choque de Paz, o secretário afirmou que é preciso recuperar o tempo perdido.

No cardápio do almoço, servido em quentinhas, estavam arroz, feijão, macarrão e carna assada com molho à campannha.

“Fui lá (no Vidigal), tem que vir aqui fazer a mesma coisa, tratar as pessoas do mesmo jeito, dizer para eles que a linguagem é uma só, a linguagem da presença da polícia. Fico feliz de ver a quantidade de obras se iniciando, espero que isso se perenize também. Tem que trabalhar, fazer mais coisas, recuperar um tempo perdido. E vamos em frente”, disse o secretário.

Beltrame contou que ficou feliz de ver uma moradora de São Conrado que deixou de fazer a volta na comunidade e usou, nesta quarta, o trajeto por dentro da Rocinha para sair na Gávea, também Zona Sul.

“Acho que é assim que se constrói. São pequenas medidas, mas que elas se repitam no tempo e se crie uma cultura efetivamente diferente”. O secretário reafirmou que o trabalho da segurança no Rio de Janeiro é a falta de políticas sociais. “O que vai fazer com que essas pessoas vivam melhor e sintam-se valorizadas são as ações sociais. O que a polícia está fazendo aqui é se manter para que isso aconteça”, disse o secretário, que estava acompanhado do Ele está acompanhado do comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tenente-coronel René Alonso.

Durantre a visita de Beltrame, a Polícia Civil encontrou uma casa com máquinas de cigarros contrabandeados. Cerca de 100 máquinas foram apreendidas. As máquinas pertenciam ao Nem, segundo Martha Rocha.

Bope na Maré

De acordo com Beltrame, a nova base do Bope pode se transferir para o Conjunto de Favelas da Maré dentro de 30 dias. “Eu dependo da obra de isolamento que a Emop está fazendo e a chegada dos móveis”.

Paes na Rocinha

Mais cedo, o prefeito Eduardo Paes se reuniu com secretários municipais na comunidade. Ele disse que a localidade de Laboriaux, na parte alta da Rocinha, onde ficava a casa do traficante Nem, terá o serviço de desapropriação de imóveis intensificado, já que se trata de uma área de risco, onde duas pessoas morreram após um deslizamento causado pela chuva em 2010.

“Vamos intensificar isso, era onde ficava a casa do Nem, então não era uma tarefa simples agir ali. As remoções a gente já vinha fazendo há algum tempo, mas a vida era dura ali”, disse o prefeito.

O subprefeito da Zona Sul, Bruno Ramos, disse que essa foi a região da Rocinha onde a Geo-Rio identificou o maior número de remoções. Das cerca de 120 casas em risco, 67 já foram demolidas. Essas famílias vivem do aluguel social e aguardam a inclusão no programa Minha Casa Minha Vida.

“A gente vem removendo aos poucos, era a área onde tinha o maior complexo, o maior poderio bélico estava localizado ali, então a gente passava por dificuldades para você negociar, desapropriar, reassentar. Agora é uma nova realidade e a prefeitura vai intensificar o trabalho, a partir dessa quebra de paradigma”, disse ele.

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