segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Juazeiro do Norte-CE: Pistoleiro assume execução e revela que a ordem era matar Amarílio e Dedé


O cobrador Cícero Edgar Figueiredo de Miranda, de 31 anos, residente na Rua L16 (Bairro Cirolândia), no município de Barbalha, confessou ter sido o homem que puxou o gatilho para matar o vereador Amarílio Pequeno da Silva e o ex-policial civil, Dedé Bezerra. No depoimento que prestou às 16 horas da última sexta-feira, ele falou de arrependimento e que estava contribuindo de forma espontânea com os esclarecimentos em nome do benefício da delação premiada.

O mesmo não possui antecedentes criminais e viaja fazendo cobranças para um crediarista de Jamacaru em Missão Velha. O contato para matar os dois, segundo Edgar, aconteceu no dia da execução, em 20 de setembro último, e a aceitação foi imediata. José Moura dos Santos Júnior que conheceu pelo apelido de Júnior Braw foi o contratante segundo disse no depoimento. A arma e os R$ 3 mil pagos pela pistolagem foram deixados dentro do mato às margens da estrada do Sítio São Joaquim localidade rural de Barbalha de onde é extraído o pau da bandeira para a festa de Santo Antonio.

Ele teceu detalhes da execução afirmando que chegou à Praça do Giradouro pela contramão tendo encontrado Júnior Braw em outra moto o qual apontou as vítimas sentadas na mesa do Restaurante Rondelle. As motos não ficaram distante e Edgar saiu caminhando na direção dos ex-policiais. Quando viu, reconheceu Dedé e este se assustou até porque Edgar havia acabado de colocar um capuz no rosto e o ex-policial ainda tentou reagir sendo alvejado com o primeiro tiro na cabeça.

Disse mais que, com Dedé já alvejado e no chão, disparou várias vezes em Amarílio o qual tentava fugir da linha de tiros até tombar na praça, pois a ordem, conforme acrescentou, era matar os dois. Após o “serviço”, retornou rapidamente para a moto e, em uma rua mais à frente, devolveu a arma para Júnior Braw. Só depois, segundo declarou, é que soube se tratar de pessoas importantes. Nesse momento, a polícia lhe apresentou uma camisa preta com o nome “extreme” e Edgar não se fez de rogado reconhecendo ter sido igual a que usou na noite do duplo homicídio.

O depoimento foi prestado aos delegados Gustavo Augusto, Victor Timbó e Marcos Antonio dos Santos na presença do Promotor de Justiça, Gustavo Henrique, e o réu confesso afirmou que só aceitou fazer o “serviço” porque estava precisando até mesmo por conta da gravidez da sua esposa. A moto apreendida pela polícia na casa de Edgar, uma Yamaha Factor YBR 125 CC de cor roxa e placa NVB-8624, inscrição do Ceará, foi a usada na viagem até Juazeiro e na fuga depois da execução.

Falou até em códigos na hora da contratação em que Júnior Braw o trata pelo codinome de Tiago. Uma foto do suposto contratante lhe foi exibida e este reconheceu como sendo Júnior Braw. De forma fria, contou aos delegados que, após o duplo homicídio, outras pessoas, que não soube identificar, teriam ligado a fim de contratá-lo para outros “serviços” os quais não aceitou e todas as propostas eram de valores semelhantes a dos crimes em Juazeiro.

O delegado apresentou ainda uma pistola .40 Taurus PT-100 e este reconheceu como semelhante a que usou na noite do dia 20 de setembro na Praça do Giradouro. Edgar disse que, em momento algum, procurou saber o motivo daquelas mortes e nem manteve mais contatos com Junior Braw após este dia. Sobre as horas subseqüentes, ele assegurou ter retornado para casa onde permaneceu cerca de oito dias viajando, depois, para o Pernambuco. No depoimento, garantiu desconhecer como Júnior Braw chegou até sua pessoa e falou ainda que não conhece ninguém de Mauriti e nem os acusados da trama a exemplo do juiz Demétrio de Souza Pereira.

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